19 abril, 2010

Bacaroco.org

No dia 02/01/2006 postamos neste blog:
Sorocaba. Cidade caroço. Macondo perdida no século XXI. Governada há séculos por caçadores de índios, pervertidos e tucanos em geral. Discussão sobre os problemas da cidade, para mudá-la radicalmente. Antes que a selva nos trague. Agora confrontarão-se com o Caroço. Parte dura de certos frutos. Que engasga. E contém a semente. Semente do futuro. Ou apenas sêmen desperdiçado.
Nascia o Bah!Caroço. Fruto de uma conversa informal, o nosso Bah! surgiu como forma de expressão num ambiente intelectual proto-fascista sufocante, principalmente nesta província de Sorocaba.
Quatro anos e quase 130.000 acessos depois, aqui estamos. De alguma forma acredito que nosso blog contribuiu para o que acontece de positivo no Brasil, serviu de contraponto.
É hora de mudar. A partir de hoje o Bah!Caroço adota o wordpress, reafirmando nossos compromissos com o software livre. E também muda de endereço: http://www.bacaroco.org

Quero agradecer a todos os que já foram colaboradores do Bacaroço. Agora, outros se juntam a nós, mas saibam, todos, que serão sempre bacarocianos.

15 abril, 2010

Liberte-se na rodinha

Uma das mais agradáveis experiências que tenho é, todos os dias, poder ir à Universidade de Sorocaba e participar das rodas filosóficas que ocorrem nos intervalos das aulas. Os poucos minutos que passo conversando com os amigos e amigas, lembrando filósofos, discutindo concepções e apresentando os problemas que passamos em nosso cotidiano; valem mais do que menos de 5 minutos em uma aula de Direito que assisti.

Poucas vezes em minha vida não me senti um estranho no ninho. A pluralidade de tipos de pessoas no curso é sensacional: ateus, seminaristas, normais e loucos de todos os gêneros. Os debates entre estudantes e professores são muito interessantes. 

Esta semana discutimos aquele artigo meu: "Guerreando de estilingue nesta luta desigual" -  digite o título do artigo em "Pesquisar" no blog para ler - ,e para a minha surpresa, todos concordaram e me parabenizaram. Muito legal! Saber que existem mais pessoas com semelhanças em pensamentos e modos de encarar a vida.

Agora, estamos combinando de fazer "botecos filosóficos". Os intervalos não estão sendo suficientes para finalizar as doideiras filosóficas que propomos. Um dia que der, passe por lá.

Compareça, Reinaldo!!!
Libertaremos você na rodinha!

Pobre general Newton Cruz, quanto mais abre a boca mais se complica.

Sobre o atentado do Rio Centro: -A idéia não era explodir uma booooomba, era só uma bombinha de nada... só pra assustar, só para dizer nós estamos aqui.
Na entrevista à GloboNews ele afirma ter impedido que o Doi-Codi de explodisse uma segunda bomba em 1983, no Rio de Janeiro.
Sobre a sua fama de inspirar medo durante a ditadura: "Se você espontâneo no modo de agir inspira algum medo e o medo facilita o cumprimento da missão até é bom (...) bendita a cara feia!"
Sobre a carreata em que ele agrediu pessoalmente os motorista o repórter perguntou: Buzinar um carro é desmoralizar um general?
-Um não, mas todos eles ao mesmo tempo é!




Assista e responda: comédia ou tragédia?

Software livre e inclusão digital

Nos dias atuais, ter conhecimentos básicos de informática é fundamental. Ressalte-se: não é apenas importante, é fundamental. Alguém que não tenha qualquer conhecimento nesta área já pode ser considerado analfabeto funcional. Não conseguirá inserção no mercado de trabalho e estará privado, inclusive, de acesso a serviços básicos. Dependerá de favores, como alguém que não sabe ler e não pode pegar um ônibus se não for ajudado.

Apesar disso, o número de pessoas sem conhecimentos básicos de informática e sem acesso a rede mundial de computadores é assombroso. Tal realidade precisa ser mudada com urgência, para que nosso país possa participar da sociedade do conhecimento, como protagonista. E mudar implica na adoção de políticas públicas para a inclusão digital através do software livre.

Quando se fala em inclusão digital através do software livre, a principal objeção levantada é que os adolescentes aprenderão a usar sistemas operacionais e outros aplicativos que não seriam “populares” ou “conhecidos”, e, portanto, que seriam pouco usados no mercado de trabalho. Nada mais falso. Quem conhece o mundo do software livre, pode usar tranquilamente sistemas proprietários, como o Windows, e o conjunto de ferramentas MS Office. Será, inclusive, um usuário “avançado” de tais aplicativos, já que conhece outros sistemas. O inverso não é verdadeiro.

Além disso, o software livre, aplicado aos esforços no campo da inclusão digital, tem outras vantagens. Em um país que possui uma grande parcela de sua população na pobreza, não pode se permitir gastar milhões de reais dos cofres públicos com licenças de software, quando se tem uma alternativa de qualidade igual ou melhor para determinadas funções ou tarefas.

E principalmente: o uso do software livre nas ações voltadas a inclusão digital significa que nossos jovens, além de poderem usar os mais diversos aplicativos e sistemas operacionais, também poderão aprender a mudá-los, a adaptá-los para sua necessidades, a criar funcionalidades para esses programas, a criar novos programas.

Esse novo paradigma de liberdade, de colaboração entre as pessoas, fará com que nosso país, de fato, avance rumo a sociedade da conhecimento. E trará mais conhecimento, mais independência e melhores condições de vida para nosso povo.

11 abril, 2010

@dilmabr

Dilma Roussef, ex-ministra do presidente Lula, entrou hoje para o mundo do twitter.

As primeiras mensagens da Dilma:

Bom dia, boa tarde, boa noite p/ quem me lê em qquer lugar do mundo. Começo hoje minha aventura no twitter. Quero aprender c/ vcs.
Tbém não vou ficar fingindo que passarei muito tempo na web.Vcs sabem que será impossível.Alguns amigos vão me ajudar.
Não vou fazer muito discurso por aqui.Quero trocar idéias, ouvir sugestões.Vou me abastecer cq os twiteiros.Vcs saberão por aqui onde estou.

Observações sobre o discurso de candidatura do Serra

O candidato falou sobre a democracia representativa, mas não sobre democracia participativa, em que o povo está presente, debatendo, propondo soluções e decidindo, por meio de audiências públicas (no estado de São Paulo, governado pelo PSDB, as audiências sobre Orçamento somente ocorreram devido à pressão da sociedade civil, movimentos sociais e ao PT), conselhos como de educação, saúde, cultura, juventude, mulheres, negro, dentre outros, e conferências, desde municipais até nacionais. É fundamental a organização e atuação dos movimentos sociais. Algo que o PSDB e seus aliados, representados na candidatura do Serra, não aceitam. Ao contrário, criticam e buscam associa-los a atos criminosos, como o fazem com o MST.

No estado de São Paulo, durante o governo do Serra, o ajuste fiscal é absurdo, pois diminuem no Orçamento recursos destinados à educação, saúde, cultura, por exemplo.

O Fórum Paulista de Participação Popular tem lutado para que exista um Orçamento Participativo Estadual, para que o povo possa interferir e decidir os investimentos em obras como metrô, moradia e combate às enchentes.

Os servidores públicos do estado não são valorizados e respeitados pelo governo Serra.

Acredito que ao invés do “O Brasil pode mais” é mais importante “O Brasil para todos”, no PAC do governo Lula, e sua continuidade com a companheira Dilma.

Enquanto nosso Presidente recebe prefeitos de todos os partidos, e o governo federal incentiva as prefeituras para que façam projetos para obter recursos, vemos o Serra colocar policial contra policial (greve de 2008), opressão aos professores (greve de 2010), não receber para audiência prefeitos e professores, ou seja, não dialoga e ainda joga a culpa no PT.

Quanto ao ensino, realmente, no estado de São Paulo, o ensino médio está lastimável. Não se valoriza os professores e demais profissionais da educação, falta todo tipo de material e as escolas carecem de reformas, foram cortados recursos para transporte escolar, ocorreu a diminuição de vagas para estudantes no programa Escola da Família (programa em que estudantes obtêm bolsas em faculdades, com a contrapartida de prestar serviços em projetos e atividades aos finais de semana nas escolas estaduais, de iniciativa de deputado estadual petista).

Por fim, a questão da segurança pública, com a política do Serra de construir presídios e não investir em educação.

Realmente, “o Brasil pode mais”; mas pode com o PT e com um “Brasil para Todos” e Dilma Rousseff presidenta!

“2010, a luta continua!”

Júlio Yamamoto

10 abril, 2010

Morreu hoje num acidente aéreo na Rússia a "corte" presidencial da Polônia

Lech Kaczynski — presidente ultradireitista da Polônia que deflagrou a perseguição a membros antigos e atuais do Partido Comunista do país — morreu neste sábado (10), em acidente aéreo na região de Smolensk, na Rússia. A queda do avião presidencial polonês ocorreu durante o processo de pouso e matou um total de 96 pessoas — incluindo a esposa de Kaczynski, militares de alta patente e líderes civis.

Kaczynski

Lech Kaczynski (1949-2010)

Autoridades russas e polonesas disseram que não há sobreviventes do avião — um Tupolev da era soviética, que levava a bordo o presidente, sua mulher, o chefe do Exército, o presidente do banco nacional, o vice-ministro das Relações Exteriores, o capelão do exército, o chefe do Gabinete Nacional de Segurança, o vice-presidente do Parlamento, o comissário para os direitos civis e pelo menos dois assessores presidenciais, além de três deputados.

Kaczynski chegou ao poder em outubro de 2005, sucedendo o social-democrata Aleksander Kwasniewski. O presidente morto neste sábado era um jurista ultraconservador e profundamente católico, procedente do movimento anticomunista Solidariedade de Lech Walesa. Junto ao irmão gêmeo, o ex-primeiro-ministro polonês Jaroslaw Kaczynski, entrou no final dos anos 1970 na oposição anticomunista e, em 2001, fundaram juntos o partido Direito e Justiça.

De julho de 2006 a novembro de 2007, os dois irmãos governaram juntos a Polônia —Lech como presidente e Jaroslaw como chefe de Governo. Para não pôr empecilhos no objetivo de Lech de ser presidente, Jaroslaw havia renunciado em 2005 ao cargo de primeiro-ministro, embora tenha conservado o muito influente posto de presidente de seu partido.

Partidário do intervencionismo econômico, queria transmitir a imagem de político experiente e honesto. Forjou essa fama acumulando os cargos de presidente do Tribunal de Contas, ministro da Justiça e prefeito de Varsóvia. Fiel a suas convicções reacionárias, proibiu várias manifestações de homossexuais em Varsóvia.

Perseguições

Desde o começo da gestão Kaczynski, a Polônia entrou numa fase obscurantista, marcada pela caça a ex-comunistas e homossexuais, além de provocações aos judeus. O governo polonês também foi um dos aliados do ex-presidente americano George W. Bush (2001-2009), em seu esforço para militarizar o espaço.

Como uma “lei da lustração”, de “purificação ritual”, Kaczynski obrigou 700 mil poloneses a confessar (e a pedir perdão) se colaboraram com os comunistas, de 1945 a 1989. O formulário trazia a pergunta: “Você colaborou secreta e conscientemente com os antigos serviços de segurança comunistas?”. Ao fim do processo, o Instituto da Memória, em Varsóvia, emitiria um atestado de pureza política.

Também sob Kaczynski, Roman Giertych, vice-primeiro-ministro, ministro da Educação e chefe da Liga das Famílias Polonesas, apresentou um projeto de lei homófoba. Toda pessoa que revelar sua homossexualidade — ou "qualquer outro desvio de caráter sexual" em um estabelecimento escolar ou universitário — tornou-se sujeito a multa, demissão ou pena de prisão.

Portal Vermelho

08 abril, 2010

Devaneios cubanos

Ir para Cuba com meu pai foi muito importante pra mim!

Primeiro, porque foi através dele que comecei a ter os primeiros contatos com à esquerda. Fundador do Partido Socialista Brasileiro em Sorocaba, ainda na clandestinidade, foi para o PT quando de sua fundação.

Ele sempre me disse que um dos grandes sonhos da vida dele era conhecer a Ilha de Fiel. Freudianamente, incorporei este desejo. 

Observá-lo apreciar a Praça da Revolução e, com certo desespero emocionado, chamar-me:

- Daniel, vamos garantir a foto! 

Apresentou pra mim aquele orgulho bôbo que todo filho tem do pai, especialmente por sua história de vida. Pensava comigo: o ex-servente de pedreiro, feirante, em Cuba... Era como se ele se conectasse com sua juventude, seu passado sofrido. "Casca-grossa", seus olhos se inundaram de lágrimas, habilmente disfarçadas.

Certamente, quando meu pai chegar a faltar - espero que demore muito pra isto acontecer - será uma das lembranças mais marcantes!




Poder conhecer a La Bodeguita Del Medio, frequentadíssima por nada mais, nada menos, que Hemingway, autor de "Por quem os sinos dobram", imaginá-lo ali, sentado, pensando o mundo, a política e podendo registrar nas paredes minha passagem por lá...



Andando por Havana, vi esse senhor que, discretamente, assim que observava a presença de turistas, sinalizava vender charutos, em absoluta discrição, mexendo-o em suas mãos.










Esta foi a Cuba que conheci: de um povo alegre, intelectualizado, sem graves problemas sociais e orgulhoso de sua história. Óbvio que existem críticas. Se perguntarmos ao povo sobre Lula, também terão críticas, mas reconhecerão o quanto foi melhor que os governos anteriores. O mesmo ocorre em Cuba.

Foi muito bom!!! 


05 abril, 2010

Policial civil confundido com professor foi preso e torturado pela PM

Na sexta-feira passada, mais de 40 mil professores paulistas foram impedidos pela tropa de choque da Polícia Militar de chegar até o Palácio do Morumbi, sede do governo estadual, para apresentar suas reivindicações.

Na oportunidade, bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral, gás pimenta e muitas balas de borracha transformaram as imediações do Palácio em palco de uma batalha campal.

Sindicalista e policial civil, Jeferson Cabral foi confundido com um professor, mantido preso e espancado por cerca de três horas dentro de uma viatura até que foi levado ao 34ª DP de Francisco Morato. Com a roupa rasgada e acompanhado por dirigentes do Sindicato dos Investigadores de Polícia, Jeferson foi até a Corregedoria denunciar os inumeráveis abusos dos quais foi vítima.

Ainda mancando com problemas no joelho e dores por todo o corpo, Jefferson Cabral falou sobre os descaminhos do desgoverno tucano e da importância da unidade de todos os servidores com a comunidade para derrotar a intransigência.

Como você foi preso?

Eu estava junto com os manifestantes quando começaram a atirar bombas. Em meio às nuvens de gás, comecei a tirar as pessoas dali, socorrê-las, levar para um lugar seguro. Quando estava tirando o segundo não vi que estava muito próximo de um policial militar motociclista. Entre vários, conseguiram me prender. (Na foto da UOL, vê-se que o cacetete está dobrado em seu pescoço). Disse que era delegado sindical dos investigadores. Foi quando me disseram: você vai pagar pelos outros.

E depois disso?

Fui colocado algemado e trancado numa viatura da Polícia Militar. Fui hostilizado, ofendido e ameaçado durante três horas e tratado como bandido, com todo tipo de ofensas, impublicáveis.

Houve ameaça?

Diziam a todo tempo que iam me levar para o “esquisito”, que na gíria é um local ermo, onde você pode ser submetido a qualquer agressão pois não haverá ninguém para testemunhar. Diziam que iam acabar com a minha raça. As ameaças vieram de alguns policiais, desavisados, que me dominaram e não sabiam o que estava acontecendo, que havia um movimento lutando por direitos, reivindicando melhorias para toda a sociedade.

E então?

Foi quando trouxeram o comandante da operação, o coronel Veloso, que então se deu conta do tamanho do erro cometido. Me perguntaram se eu atirei pedras. Eu retirei paus e pedras das mãos de muitos, porque acredito que o nosso inimigo não é a polícia, mas o governo que a manipula para reprimir.

E aí, junto com os advogados do Sindicato, te dirigiste à Corregedoria para denunciar os abusos…

Exatamente. Fiz um Boletim de Ocorrência (nº98/10) e fui ao IML fazer o exame de corpo delito. Não consigo andar devido aos chutes que levei no joelho, na cabeça, costas e barriga.

Quando foste agredido desta forma?

Antes, durante e depois de algemado. O pior é que sou asmático e me deixaram um bom tempo com o cacetete vergado, como dá para ver pela foto, inclusive, quase sem respirar. Tive medo que me matassem.

Apesar da intensa brutalidade a que foste submetido, fizeste questão de estabelecer uma diferença entre o comportamento de meia dúzia de covardes e o grosso da corporação.

Antes de ser investigador de Polícia e delegado sindical em Taubaté, fui policial militar por quatro anos. Meu pai é policial militar. As agressões de que fui vítima, assim como uma boa parte dos manifestantes, foi provocada por indivíduos isolados.

Que estavam cumprindo ordens do governo Serra…

Infelizmente, sim. É uma grande pena e um verdadeiro tiro no pé essa orientação do governo porque muitos professores têm filhos que são policiais militares, têm o mesmo sangue. Acho que essa agressão deve servir para a PM refletir e se unir à comunidade.

Fonte: Vi o mundo

04 abril, 2010

Direitos humanos e hipocrisia humanitária

por Idelber Avelar, na Revista Fórum

No dia 14 de fevereiro de 2010, a Chanceler estadunidense e ícone feminista Hillary Clinton visitou a Arábia Saudita, país onde as mulheres vivem situação aterradora. No país, que mantém polpudos negócios petroleiros com os EUA, são os guardiães masculinos que decidem se a mulher pode trabalhar, casar-se ou viajar. Um tribunal de Unaiza, em março de 2009, recusou-se a anular o casamento de uma garota de 8 anos de idade com um homem adulto. Apedrejamentos de mulheres são acontecimento comum. Hillary Clinton foi recebida num palácio onde sequer é permitida a entrada de mulheres sauditas, bebericou chá com o Rei Abdullah e não consta que tenha feito qualquer declaração pública sobre a horrenda situação dos direitos das mulheres no reino saudita.

Em 18 de julho de 2008, o presidente Lula visitou a Colômbia para participar do encontro empresarial Colômbia-Brasil. O país vizinho é o recordista mundial de exilados internos: nada menos que 3 milhões de colombianos vivem deslocados de suas casas ou terras pela violência. Organismos de direitos humanos na Colômbia estimam que 80 membros da coalizão do presidente Uribe no Congresso são colaboradores de grupos paramilitares, que continuam operando com notável latitude, assassinando ou ameaçando sem preocupação com o Poder Judiciário. Não consta que o presidente Lula tenha dado declaração acerca dos direitos humanos na Colômbia nem que nada lhe tenha sido cobrado.

No entanto, quando o tema é Cuba, Irã ou Venezuela, as dondocas humanitárias se ouriçam com inaudita hipocrisia. Critica-se o presidente Lula por não receber uma comissão de dissidentes cubanos! Em Cuba! Como se o Itamaraty, alguma vez em sua história, tivesse conduzido política externa recebendo comissões de opositores em solo estrangeiro. No Observatório da Imprensa, Alberto Dines disse que “o presidente Lula atrapalhou-se ao explicar por que não atendera ao pedido dos dissidentes cubanos”. Na opinião desta coluna, é Alberto Dines quem se atrapalha ao confundir o papel do presidente da soberana República Federativa do Brasil, conduzindo negócios com a soberana República de Cuba, com o papel de um ativista de direitos humanos, sem sequer oferecer qualquer precedente histórico que autorizasse tão insólita confusão.

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